nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito
outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia,
sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas
e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes,
noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta
que se declina nos lugares que já não procuro.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
"Existes; não existes; és talvez
a memória da memória da memória,
um pensamento apenas, uma asa,
que de tão leve e cega, cega a água."
Do meu primeiro Joaquim Pessoa, "O Amor Infinito", Moraes Editores
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