correr
correr o mundo para te ver
saltar as pontes
e
tornar- te
seda
sob o toque das minhas mãos
saltaria sobre o arco-íris
só para alcançar
o horizonte
alcançar a voz
que me aquieta as noites
sonharia um sonho de neve
só para poder ter frio
e aquecer-me depois
no toque do teu olhar
olharia
a terra
de onde vim
para encontrar as folhas de outono
com que cubro os cabelos
e no mar imenso,
lágrimas
ardentes
de sal, de maresia
deixaria o baú
das coisas velhas
gastas
que gastaram os sonhos
até ao dia quente
em que te vi
transportado por um Fado
de alegria e encontro
cantado nas vielas
passou um gato por ali...
a solidão espreita atrás da janela
velhos sorrisos
em velhas ruas
da cidade onde te conheci
é nessa cidade
que se fez o dia e a noite
no dia em que te vi
.
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
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