quarta-feira, 20 de outubro de 2010

no dia em que te vi

correr



correr o mundo para te ver



saltar as pontes



e



tornar- te

seda

sob o toque das minhas mãos





saltaria sobre o arco-íris

só para alcançar



o horizonte



alcançar a voz

que me aquieta as noites



sonharia um sonho de neve

só para poder ter frio

e aquecer-me depois

no toque do teu olhar



olharia

a terra



de onde vim



para encontrar as folhas de outono

com que cubro os cabelos



e no mar imenso,

lágrimas

ardentes



de sal, de maresia



deixaria o baú

das coisas velhas



gastas



que gastaram os sonhos

até ao dia quente





em que te vi

transportado por um Fado

de alegria e encontro

cantado nas vielas



passou um gato por ali...

a solidão espreita atrás da janela



velhos sorrisos

em velhas ruas

da cidade onde te conheci



é nessa cidade

que se fez o dia e a noite

no dia em que te vi

.

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...