quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CLOHE project

"Context

This CLOHE project was implemented in Colégio de Santa Maria, an integrated preschool where children with and without special needs are mixed, in Coimbra, Portugal. It was developed along several sessions during about a month along other activities also developed for children in the preschool. The subject that was explored was the representation of the preschool and its integrative mission. The participants had never been involved in a similar activity before.

The Colégio de Santa Maria belongs to APPACDM of Coimbra, a Private Social Solidarity Institution that has the mission of fostering opportunities for mentally disabled people so that they can find their individuality and participation in the society. The Colégio is a space where “normal” children, children in risk and children with development delays share the same spaces and activities and where the support meets the individual needs of each child. "




https://sites.google.com/site/clohecasestudies/acases-developed-at-kindergarten/02-hug-the-difference-with-motion

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

...


"T'aspetto qui,

tu arriverai

stringo fiori azzurri in mano

tu li guarderai

in loro scoprirai il mio cielo"

Gianni Morandi
Foto pessoal




domingo, 26 de janeiro de 2014

Dance

Dance like no one is watching. Sing like no one is listening. Love like you've never been hurt and live like it's heaven on Earth." (Mark Twain)


Foto: praia do Pedrogão. Inverno.

sábado, 25 de janeiro de 2014

talvez as tuas mãos se tenham perdido, entre o nevoeiro e o silêncio das águas.

talvez o nevoeiro tenha espaços sombrios
onde cabem as mãos.

talvez por isso, as 
dúvidas te habitem os olhos.

talvez as tuas mãos se tenham perdido, 
entre o nevoeiro e o silêncio
das águas. 

as águas agitam as mãos
escondidas nas névoas
de Setembro,
e escondem as dúvidas
nas teclas negras do piano.

és o toque abrupto da partida,
e a seda suave sobre o leito.
nas tuas dúvidas, os sonhos;
nas minhas mãos, o peito nú
e a trémula rosa desfolhada.

talvez as mãos caibam onde
cabem os dias. e as noites.
talvez sejas mais do que me lembro,
e menos do que pressinto. 
talvez o nevoeiro te esconda o rosto,
e a memória se nutra de absinto.

talvez tu, sobre os dias.
talvez os dias, sobre as névoas.
talvez o silêncio, sobre tudo o resto, 
e a infinitude das memórias com que me vestiste. 

Susana Duarte


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

o oceano vazou os segredos que os braços dele não ousaram revelar.

ela, a mulher, residia onde o ventre
 floria
flores secretas
renascendo
a vida, na vida secreta das flores.


a mulher sorria, flor dos equinócios 
todos do tempo. 
no sorriso da mulher, os desencontros
e os abraços sonhados.
ela fora, outrora,
a flor das flores da vida de um abraço, 
território sagrado 
dos braços dele.

sob a luz raiada de nada,
de uma qualquer manhã de então,
ela ficara só,
dançando a dança 
das lágrimas
por sobre os poros dilatados do poema.

e o poema, nascido das flores
outrora secretas,
floriu dias,
pariu noites desiguais
e fez-se rio onde os corpos se encontraram 
antes.

agora, o nada habita
as vestes da mulher.
ela renasce dias raiados de palavras,
onde o oceano vazou os segredos
que os braços dele
não ousaram revelar.


Susana Duarte



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

somos corpos flutuantes




somos corpos flutuantes
nas escarpas
do desejo


corpos desejantes
à escala
de um beijo


somos corpos de antes
na procura
do corpo


desejo de agora
à escala
do amor



somos corpos flutuantes
na aventura
do olhar
inscrito nas veias

à procura
de Ser

Susana Duarte

domingo, 5 de janeiro de 2014

sábado, 4 de janeiro de 2014

escrevia-te onde as mãos não chegam,

escrevia-te onde as mãos não chegam,
onde os cabelos não dormem,
e as coisas do mundo
permaneciam
ignotas.

aí, onde moram os fragmentos da paixão,
deixava, inertes, os olhos, escuros-
-adormecidos-povoados
de luz azul
e sonhos.

mortas as luzes sobre o peito,
aconcheguei nele o sol
dos poemas
de antes.

escrevo-te, ainda, onde a morte das palavras
é o recanto esquecido da dor,
e os olhos amortecem
a força das ondas
e o mar
todo.

escrevo-te, apenas, porque preciso de varrer
as folhas caídas no chão, aquelas
que deixaste, amarelas,
sobre as pedras
e o ventre.

escrevo-te, por fim,
para amainar
o vento.

Susana Duarte


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

"Due amanti felici fanno un solo pane,
una sola goccia di luna nell’erba,
lascian camminando due ombre che s’uniscono,
lasciano un solo sole vuoto in un letto.
Di tutte le verità scelsero il giorno:
non s’uccisero con fili, ma con un aroma
e non spezzarono la pace né le parole.
E’ la felicità una torre trasparente.
L’aria, il vino vanno coi due amanti,
gli regala la notte i suoi petali felici,
hanno diritto a tutti i garofani.
Due amanti felici non hanno fine né morte,
nascono e muoiono più volte vivendo,
hanno l’eternità della natura."

Pablo Neruda

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

costumava vestir-te do lado avesso da pele.

costumava vestir-te do lado avesso da pele.
trazer-te comigo, era trazer-te em mim,
costurado por dentro, alinhavado
nas margens do corpo.
vestia-te,

e sabia-me parte da tua própria pele.
tinhas a forma obcordata das folhas
raras, e as vestes verdes
da primavera.
olhava-te,

e sabia que me vestias de ti. era do lado
avesso da pele, onde te sabia
carne, fruto, e eternidade.
vestia-te,

e o mundo residia nesse limbo de pele.


susana duarte