"(...) a imponência do muro que nos rodeia é directamente proporcional ao receio que sentimos. (...)
Afonso Cruz, Princípio de Karenina
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
a noite das aves é segura: serena os vôos, abranda os passos e faz soar as águas onde sapos coaxam e os minutos se escoam por...