nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
todas as ondas não bastam para conter a fúria do voo.
soltam-se, das aves, as plúmulas
insubmissas
que descreveram margens
de rios outrora
ocultos.
desfazem-se nas madrugadas
transparentes,
sonoras como os ecos
de todas as ausências
com que me escreves
nos ossos,
doridos e insubmissos como as plúmulas,
ocidente de todos os desejos.
soltam-se, e desfazem-se,
as plantas ocultas do voo das aves.
Lá, onde o ocidente se atreve
a cirscunscrever oceanos,
todas as ondas não bastam
para conter a fúria
do voo.
Susana Duarte
domingo, 3 de dezembro de 2017
o mundo é um lugar longe,
onde as mulheres são feiticeiras
e os poetas, a alma ferida
das brumas.
o mundo é um lugar longe,
tão longe quanto as lágrimas e o medo,
tão fundo quanto as lágrimas e o medo
de amar.
amar é um lugar longe,
onde as mulheres são aves que voam
um voo estranho de derivas
anteriores.
a dor é um lugar solitário,
tão longe como os poetas.
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