domingo, 24 de outubro de 2021


quero de ti um poema de osso
e de asas, de rémiges 
escritas nos dedos

e de navegação da pele
sobre as mágoas antigas.

do voo, nada digas:

sobrevoa as costas 
das memórias, e transforma 
o poema na escrita da carne.

Susana Duarte

sábado, 2 de outubro de 2021

Destino


 há um destino em cada palavra.


evidenciado pelas manhãs rubras

das vozes antigas,


encerra uma novena,

uma prece dirigida aos cadavres-exquis

que povoam a mente lúcida.


houvesse apenas desconhecimento,

e o riso sobressaltaria a noite.


há um destino em cada palavra,

e nenhuma me conduz a ti.



Susana Duarte


Susana Duarte




Noite

 a noite das aves é segura:     serena os vôos,        abranda os passos e faz soar as águas onde sapos coaxam e os minutos se escoam    por...