Durante tutto il viaggio la nostalgia non si è separata da me
non dico che fosse come la mia ombra
mi stava accanto anche nel buio
non dico che fosse come le mie mani e i miei piedi
quando si dorme si perdono le mani e i piedi
io non perdevo la nostalgia nemmeno durante il sonno
durante tutto il viaggio la nostalgia non si è separata da me
non dico che fosse fame o sete o desiderio
del fresco nell'afa o del caldo nel gelo
era qualcosa che non può giungere a sazietà
non era gioia o tristezza non era legata
alle città alle nuvole alle canzoni ai ricordi
era in me e fuori di me.
Durante tutto il viaggio la nostalgia non si è separata da me
e del viaggio non mi resta nulla se non quella nostalgia.
-- Nazim Hikmet
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
domingo, 29 de janeiro de 2017
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
o teu sonho será a pele
que vestiu o rosto
da neve, nos dias brancos
da minha existência.
o teu sonho será a neve
que me vestiu a pele
do rosto nos dias-todos os dias-
da ausência.
vestiria a nudez do olhar
sob as escamas
de um peixe nacarado.
procuro-te. o sonho
onde habitas é ainda
a ilha desconhecida
do silêncio.
Susana Duarte
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
não sei de que falas, quando falas de amor
não sei de que falas, quando falas de amor,
nem o que dizes, quando me cicias flores de espanto
nos ouvidos-maio
onde os cabelos descobrem
nuvens novas de sede e de adeus
aos lamentos. não sei de que falas, quando prometes
madrugadas novas e algaço,
mar das minhas mãos, sargaço azul
de peixes voadores. não sei de que falas.
tornaste-te um estranho,
aurora plúmbea de todas as areias, raro
como as noites boreais
que nunca verei.
estranho ser que te descobres vertente úmbria
dos sonhos, imagem breve
da retina solta, imagem solta de um olhar breve,
poeta-imagem do corpo de outrora,
onde o dia se faz noite, e a noite, essa,
já não se demora sobre mim.
Susana Duarte
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