terça-feira, 14 de agosto de 2018

há ondas devassadas
pelo silêncio
das areias,

onde as vertentes úmbrias
derrotam as névoas
e as mulheres
içam memórias

à altura dos seios
inanimados.

as ondas devassadas
falam de gaivotas
perdidas,

voo disperso,
fendido
pelas rochas,

salgada a procura, e
longínquas as asas.

Susana Duarte

 suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido,  o parto feroz, a corrente avas...