procuro-te nos lugares
improváveis, sossegando
o olhar nos gatos da rua,
tão improváveis como as aves;
tão céleres como as noites
ávidas;
tão estranhos como nós.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
procuro-te nos lugares
improváveis, sossegando
o olhar nos gatos da rua,
tão improváveis como as aves;
tão céleres como as noites
ávidas;
tão estranhos como nós.
Susana Duarte
suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido, o parto feroz, a corrente avas...