a noite breve
foi corrompida pelo amanhecer
da partida.
cantarei as rosas almejadas
nos jardins inexistentes
manipuladas pelos teus dedos delicados
e as auroras desfolhadas
por onde o teu corpo de luz
se passeia agora.
iluminarei velas antigas,
na lembrança da solar claridade
da tua presença,
e da voz,
do abraço,
do beijo materno
que a vida me deu
e, de súbito, me retirou
e não mais me devolveu.
cantarei os teus braços eternos,
as carícias longas das tuas mãos
e as (agora) longas estações
semeadas nos abraços
que demos e que, agora, não damos.
cantarei
as manhãs de outrora,
onde se ouvia claro o teu "bom dia".
mais não tenho, senão o recordar.
Minha mãe ✨
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro 🙌 🤍