Há uma baga de azevinho
onde reside a infância.
Houve uma boneca de vermelho
e um gato à lareira.
Uma flor nova na clareira.
Uma ave fez um ninho na aldeia
e os sinos tocam horas de regresso.
Semeado o tempo, é hora de crescer.
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Identidade são etéreas, as memórias. talvez apenas ilusões, talvez apenas estórias de abraços desabituados dos corpos. são névoas, as cançõ...
-
quando vieres, traz os dedos da aurora, e amanhece nas dobras cegas do pescoço onde, ontem, navegaste os trevos do dia lo...
-
E porque hoje foi um belíssimo Domingo de sol...eis que peguei em mim e na minha tagarela companhia e lá fomos nós até Montemor-o-Velho. Hav...
-
Coimbra, cidade mágica... Coimbra é noite, é luar e desassossego.. Coimbra é rua, multidão, palavras soltas. É mulher, sabedoria e tradição....
Gostei da mudança!
ResponderEliminarO texto faz-me lembrar os meus tempos de menina na aldeia dos meus avós!
Angel
Menina, que precisa ser mulher porque o tempo espera isso dela... agora é mãe.
ResponderEliminarMas a menina que dorme está sempre pronta para acoradr se assim precisar.
Que ternurento isso!
Um beijinho
É preciso semear e tocar os sinos...
ResponderEliminaraquel'abRRaço
O meu foi ligeiramente diferente...mas também houve aldeia, aroma primaveril a inspirar, gato na lareira, sinos a badalar...corridas ladeira abaixo ao fim da tarde, navegações no riacho, explorações em locais que os pais nem sonhavam... amamentar cabritos, colher verduras e desenterrar tubérculos... pião, berlinde, carrinhos de madeira, pirulitos, paixões platónicas de verão... e tanta tanta coisa feliz que me tornaram quem sou.
ResponderEliminarBela passagem por uma infância, tua ou minha ou de outra companhia, de quem a viveu :)
Uma ternura este poema...
ResponderEliminarNostálgica balada a toque dos sinos do tempo
Parabéns!
Um beijo
Walter
"Uma ave fez um ninho na aldeia
ResponderEliminare os sinos tocam horas de regresso.
Semeado o tempo, é hora de crescer. "
Que pedaço delicioso! Simplesmente isto.
beijinhos amigos
Bonito texto! Gostei! Faz favor de nos continuar a dar coisas destas!!! Beijinho.
ResponderEliminar"Semeado o tempo...é hora de crescer"...
ResponderEliminarCresceremos???
Beijo amigo
Graça
É tão gostoso ler seus textos, Susana! Que maravilhoso regresso ao tempo de criança...
ResponderEliminarEstava sentindo saudades dos textos encantadores que você escreve.
Beijinho!
TERRA de ENCANTO: que haja sempre bagas a "rebentar" infâncias, lembranças do toque do sino (não do sino de FERNANDO PESSOA!), pois esse lembra a tristeza e o desamor...Nós vos crescendo... SERÁ?
ResponderEliminareu sei, filhota. que tu foste feliz ,em criança, na aldeia dos avós... nas ruelas da Quinta de Horta, na casita que montaste ,no jardim, em cima da ameixieira, onde passavas horas a ler e a brincar...
Que saudades, MEU DEUS, que saudades...
UMbeijo de
LUSIBERO
Não faças isso...deixa permanecer a menina que há dentro de ti... Quando se cresce, vemos o mundo como ele é... e é tão triste... a inocência de uma criança é sempre mais bela....
ResponderEliminarBeijo, belo poema :)
Toma,bebe...
ResponderEliminarToma, bebe d'estas pétalas d’rosas
Soltas frias das pálpebras prosas
Nem sei se seixos são quantos
Flutuam nos desejos de mãos e dedos
Toma, bebe do meu falido copo que treme
Que o meu mando tem da serra o cume e o termo
Sendo, são cinzas ao vento e meu ermo.
Toma, bebe o que ainda encerro
Em terras de pó e barro.
Toma, não temas o sorvo do cântaro escuro
Até que na míngua o convenças
Que é estorvo e turvo e por mais que o pises nesta
É na terra da crença que o derrotas
E são esses os motivos do nada e do tudo
Que deves beber, mas bebe nas pétalas de ar lúcido
Bebe apenas o beijo que quieto nos meus lábios
De água transparente viaja, viaja com destino
Distante…
Joel Matos
(05/2010)
http://joel-matos.blogspot.com
Quão belos versos!Nostalgicos e acalentosos.Voltamos ao melhor que fomos.
ResponderEliminarCrescemos sim! Mas deixemos a nossa criança com sublimidade de viver.
Suzana este espaço é mesmo encantador,embalado com a melodia que toca e olhos correm os versos a refletir e a viajar.
Deixe-se fluir e a nos encantar!Um abraço fraterno com a doçura de infância a preencher os espaços vazios que a vida nos traz.
Deixo-te um beijo...nesta tarde em que os passarinhos cantam desalmadamente... em cima do pessegueiro...desconfio que em Julho não terei nenhum para saborear...Deixá-lo...já alguém o fez...
ResponderEliminarGraça
O teu blog é um sonho.
ResponderEliminarDeixo-te beijinho e os desejos de um Bom Fim de Semana!!!!
Olá Susana,
ResponderEliminarEis-me por aqui no teu cantinho, na tua terra do encanto onde encontro um regresso ao meu tempo de menina, a minha infância feliz e, por aí diante ao longo do meu crescimento também feliz mesmo quando damos conta que o mundo adulto é outra coisa..., ou antes é aquilo que nós quisermos que o seja, é o que fizermos dele. Muitos não têm a infância feliz e depois reflecte-se no seu crescimento que não sabem para onde virar-se e antes teimam em distorcer a realidade e, distorcem-se a eles próprios por caminhos conturbados e, infelizes permanecem, assim o querem, assim escolheram..., podendo ter escolhido outro caminho, mas não.
Felizes de nós que aqui estamos, resolvidos com o que a vida nos dá e, o que dela aceitamos e escolhemos mesmo no meio das tristezas e, dores caminhamos no rumo que para nós é o certo.
Gostei deste regresso às origens, à meninice que é sempre tão boa!
Bjo da Luz
Uma Terra de Encanto com a ternura da infância. Adorei!!
ResponderEliminarBjinhos
Ecos da infância, sons, cheiros, lembranças de um tempo recorrente e eterno. Grande Abraço!
ResponderEliminar