onde te escondes, quando a noite cerca as sombras
e as desfaz, tornando-as nébulas no olhar, e densidade
negra por sobre as espáduas e o ventre?
onde te escondes, sempre que a noite vigia os incómodos
sussurros dos amantes, mitigados pelo raiar da lua que, sobre
os corpos, se declina em invulgares contornos, de corpos
redondos e interstícios onde as peles se não encontram?
onde quer que estejas, és o olhar que se estende sobre os dedos
que movo no ar, incógnitos bailados do pensamento,
onde tanto se diz, por entre aquilo que se procura.
Susana Duarte
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