De Freud (1856-1939)
Quando Chega uma Carta Tua
Quando chega uma carta tua todas as divagações acabam, e acordo para a vida. Todos os problemas estranhos deixam de ter importância, os misteriosos quadros de doenças se desvanecem, e acabam-se as teorias vazias «de acordo com o estado presente da ciência», como elas são chamadas. Então o mundo fica tão acolhedor, tão alegre, tão fácil de compreender. A minha doce querida não é uma ilusão, ela não tem que ser comprovada por testes químicos; de facto ela pode ser observada a olho nú. Ainda bem que ela não tem nada a ver com doenças – e espero que continue – excepto por ter sido suficientemente imprudente para tomar um médico para amante. Oh Marty, é muito mais gratificante ser um ser humano em vez de um armazém de certas experiências monótonas. Mas ninguém se pode permitir a ser um ser humano por uma hora a não ser que tenha sido uma máquina ou um armazém por onze horas. E aqui chegámos, onde começámos.
Carta de Sigmund Freud a Martha Bernays, 9 de Outubro 1883 (excerto)
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Un uomo passeggia, guarda la luna e si mette a piangere. La luna sentendolo gli dice: "uomo perché piangi? Non sei felice?". L'uomo si fermò. Rispose alla luna: "tu sei mai stata senza le tue stelle, o luna?". La luna rispose: "no, sono sempre con me." L'uomo riprese a camminare, per un attimo si volse al cielo: "Allora non puoi capire".
Marcantonio Pindinello
Marcantonio Pindinello
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
Escrita
escrevo suor em folhas de papel
e detenho as cores nos olhos de mar
derreto águas sobre o papel dos sonhos
e reajo ante a sonora invasão
dos rios agitados
onde a alma se revê,
renasce,
escreve,
habita,
é.
derreto as névoas intemporais do sonho
e habito-te, na serena calada da noite,
véspera de todas as manhãs, amplitude
de todas as cores
que me serás no peito.
Susana Duarte
sábado, 5 de novembro de 2016
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