terça-feira, 29 de novembro de 2016

De Freud (1856-1939)




Quando Chega uma Carta Tua

Quando chega uma carta tua todas as divagações acabam, e acordo para a vida. Todos os problemas estranhos deixam de ter importância, os misteriosos quadros de doenças se desvanecem, e acabam-se as teorias vazias «de acordo com o estado presente da ciência», como elas são chamadas. Então o mundo fica tão acolhedor, tão alegre, tão fácil de compreender. A minha doce querida não é uma ilusão, ela não tem que ser comprovada por testes químicos; de facto ela pode ser observada a olho nú. Ainda bem que ela não tem nada a ver com doenças – e espero que continue – excepto por ter sido suficientemente imprudente para tomar um médico para amante. Oh Marty, é muito mais gratificante ser um ser humano em vez de um armazém de certas experiências monótonas. Mas ninguém se pode permitir a ser um ser humano por uma hora a não ser que tenha sido uma máquina ou um armazém por onze horas. E aqui chegámos, onde começámos.

Carta de Sigmund Freud a Martha Bernays, 9 de Outubro 1883 (excerto)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Un uomo passeggia, guarda la luna e si mette a piangere. La luna sentendolo gli dice: "uomo perché piangi? Non sei felice?". L'uomo si fermò. Rispose alla luna: "tu sei mai stata senza le tue stelle, o luna?". La luna rispose: "no, sono sempre con me." L'uomo riprese a camminare, per un attimo si volse al cielo: "Allora non puoi capire".

Marcantonio Pindinello


Per colmare un vuoto devi inserire ciò che l’ha causato. Se lo riempi con altro, ancora di più spalancherà le fauci. Non si chiude un abisso con l’aria.

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 Emily Dickinson

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

"Não somos malucos. Somos humanos. Queremos amar e alguém tem de nos perdoar pelas escolhas que tomamos para amar, porque os caminhos são muitos e negros, e somos ardentes e cruéis durante a nossa viagem."

Leonard Cohen


domingo, 6 de novembro de 2016

Escrita 

escrevo suor em folhas de papel
e detenho as cores nos olhos de mar

derreto águas sobre o papel dos sonhos
e reajo ante a sonora invasão
dos rios agitados

onde a alma se revê, 
renasce, 
escreve, 
habita, 

é.

derreto as névoas intemporais do sonho
e habito-te, na serena calada da noite, 
véspera de todas as manhãs, amplitude 

de todas as cores

que me serás no peito.

Susana Duarte

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

"gostava que este amor morresse
e que chovesse sobre o cemitério
e sobre as ruas onde caminhando
eu choro aquela que julgou amar-me"

                                              Beckett

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...