eis o grito, a laceração
da voz, onde a alma
demora o uivo
eis o grito, indiviso,
rocha onde a voz
quebra o riso
eis o grito, o uivo
que repele
a noite
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
sexta-feira, 16 de junho de 2017
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