és como as flores ausentes
de todas as primaveras
anteriores: o mar de pétalas
que desconheço. és, ainda,
a vaga impressão digital
sobre os ombros - a trémula
navegação do frio sobre
a pele incerta que me cobre
os dias. és a névoa húmida
que percorre os olhos, nos dias
ávidos de saber o nome
das entranhas, dos poros
e da celeridade das noites.
Susana Duarte