sábado, 28 de setembro de 2019

és como as flores ausentes
de todas as primaveras 
anteriores: o mar de pétalas 
que desconheço. és, ainda,
a vaga impressão digital
sobre os ombros - a trémula
navegação do frio sobre
a pele incerta que me cobre
os dias. és a névoa húmida
que percorre os olhos, nos dias
ávidos de saber o nome
das entranhas, dos poros
e da celeridade das noites.

Susana Duarte


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