nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito
outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia,
sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas
e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes,
noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta
que se declina nos lugares que já não procuro.
sábado, 12 de dezembro de 2020
Desencontros
as manhãs dos desencontros são as mesmas das expectativas: suaves rugas da existência ou vôos rasgados na névoa branca de uma manhã
inesperada
como as nozes e o vinho com que derretemos a noite gélida e falamos a uma só voz.
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