sábado, 2 de janeiro de 2021





 roubo à chuva

o sol que me pertence:

a clandestinidade da rua

permanece indistinta,


à sombra das palavras 

negadas,


interditas,


ditas onde os terrenos

aguardam a chegada

do beijo.


roubo ao sol o calor

do vôo, onde aves soletram

manhãs de inverno


e separam as letras 

de cada rumo ao sul.


roubo, enfim, o nome

decalcado na terra,

onde sou norte e sou sul


e não sei para onde vou.


Susana Duarte

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