dispo o corpo das palavras
e sigo o caminho da pele:
pele, poema, poema-pele onde
as ondas se abatem sobre o algaço.
sereno as asas onde os vôos
(onde?) não bastam para aquietar a sede
dispersa pelos anos perdidos,
oblíquos, obtusos,
situados onde não me reconheço
pele de ser pele, palavra de ser pessoa,
ou viagem, ou norte.
Susana Duarte
perdi o corpo
onde as ondas apagaram as palavras
ou, talvez, onde os ossos rarefeitos
iluminaram os dias de ontem.
Susana Duarte
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