terça-feira, 6 de dezembro de 2022

 o silêncio determina as vozes 

com que as memórias se perpetuam.


as palavras aniquilam a possibilidade

de regresso ao tempo das uvas.


é na forma como te colho o olhar, 

que renasço dos vôos passados:


são as quimeras que içam as vozes

ao lugar das auroras suavizadas 

pela presença das mãos, tão eternas

quanto os olhos, tão estranhas como eles-


tão díspares como as noites vívidas

e as outras, pó e nada e resistência e solidão.


Susana Duarte


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