descubro o silêncio onde as aves
rompem madrugadas
debatendo-se, sonoras, com a noite
(e as almas apaziguadas com a redenção).
mergulho no teu rosto descoberto,
vôo seguro sobrevoando as vagas
onde os meus silêncios atrozes
condenam o olhar o ver o sentir
e os espaços entre mim e mim,
e entre a tua pele e a minha pele.
descubro o silêncio nas noites vívidas
da tua presença, definida
como as plúmulas, sonora
como a maré que me colhe,
transformando-me em algaço,
gota,
ave sem asas, maré que me és.
Susana Duarte