domingo, 22 de setembro de 2024

 sabes onde vivem as aves 

da tua paixão, meu amor,

ou as asas de vigilante da natureza 

com que construíste caminhos

impolutos, verdejantes 


e definidos


como as veias que latejam

ao ritmo do meu peito,

e nele se escondem 


(ou navegam)


nas noites claras em que escreves

palavras ornadas de levante

na minha pele.


é nela que descansas,

e é dela que te ergues célere 

sobre as horas tardias das preocupações,


erguendo sóis 

nos nossos sorrisos cansados

e nas mãos dadas da nossa indefinível 


paixão. 


tens em ti todas as luas

que nos acalentam, todas as ruas

percorridas pelos passos resolutos


de um futuro 

que se inscreve em cada braço 


(tão alado como as aves 

    que te voam nos olhos quando, sereno,

            me devolves o beijo)


Susana Duarte




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