chama pelo meu nome, como chamaste
as aves sem céu, as aves perdidas
sobre o vôo lento das ondas,
em cada uma das manhãs
reclamadas pelo sangue
dos dias.
chama pelo nome de todas as auroras
percebidas e, sobre cada uma
das manhãs antecipadas pela lágrima
solar do tédio, constrói os dias
da redenção.
oprime as lágrimas,
apaga as chamas, deseja
o nome, e corre por entre as ruas
da antiga segregação dos corpos.
sabes onde estou, porque caminhas
por entre as peles desafiadas
pela conjunção das imagens solitárias
que nos povoaram os dedos.
não mais sós, os dedos multiplicam
manhãs novas e gritos solares na pele.
Susana Duarte
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