nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Tristão e Isolda
"Sentimento fundo de água, com a leveza do ar"...diz uma música brasileira...
Eis a bela e triste história de Tristão e Isolda:
" No pequeno porto irlandês de Wexford, onde Tristão e seus companheiros ancoraram, um cruel dragão aterrorizava os habitantes. Para não serem reconhecidos, disfarçaram-se de comerciantes.
O rei Gormond prometera dar a mão de sua filha Isolda em casamento ao valente cavaleiro que matasse o monstro. Tristão enfrentou a perigosa criatura e, após uma vitória difícil, cortou a língua do dragão e escondeu-a dentro de seu sapato: a prova decisiva. No caminho de volta, porém, caiu desfalecido, pois a língua do dragão continha um poderoso veneno.
Ao passar por ali, o senescal do rei Gormond deparou com o cadáver do monstro e aproveitou-se da situação. Cortou-lhe a cabeça e, após apresentá-la ao rei, pediu a mão da princesa Isolda, a qual cortejava havia muito tempo. Mas Isolda não o desejava como marido e desconfiou da trama. Assim, foi com a mãe até o local do combate, e ali encontraram Tristão desfalecido. Levaram-no para o palácio e, durante vários dias, cuidaram de seus ferimentos. Mas Isolda só o reconheceria quando, ao limpar sua espada, notou que faltava um pedaço. Desconfiada, comparou a lâmina com um pedaço de metal que, retirado do crânio de Morholt, fora guardado por ela como relíquia: as partes encaixavam-se perfeitamente. Tristão era o assassino de seu tio, mas, como só ele poderia provar a impostura do senescal, Isolda seguiu os conselhos da mãe e resolveu poupá-lo.
Ao saber que Tristão a pedia em casamento em nome do rei Marcos, Isolda mergulhou em profunda melancolia, mas decidiu acompanhá-lo. A rainha, que desejava a felicidade da filha ao lado do rei Marcos, confiou a uma criada uma poção mágica que os noivos deveriam beber juntos na noite de núpcias. Essa bebida, preparada à base de ervas, uniria o casal por um sentimento tão profundo que eles não poderiam sobreviver sequer a uma semana de separação.
No decorrer da viagem, porém, a criada serviu por engano a poção mágica a Tristão e Isolda. Daí em diante, nada mais poderia separá-los!
Tristão não ousou revelar a verdade ao tio, e o casamento de Isolda com o rei Marcos foi celebrado com pompa. Mas todos os dias Tristão encontrava-se secretamente com Isolda, num jardim, junto ao palácio ou mesmo nos aposentos da rainha. Apesar de todas as precauções, entretanto, os barões descobriram os encontros e alertaram o rei Marcos. Surpreendidos pelo marido traído, os dois amantes foram condenados sem julgamento: seriam queimados juntos.
Ao longo do caminho que levava à fogueira, comprimia-se uma multidão entristecida. Ao passar diante de uma capela construída na beirada de uma falésia, Tristão desejou rezar. Como seus guardiães haviam desamarrado suas mãos, conseguiu escapar e precipitou-se no vazio - mas salvou-se ao agarrar-se a uma pedra que sobressaía no paredão. Em seguida, pulou para a praia e fugiu. Mais adiante, seu escudeiro Gorneval esperava-o com cavalo e armas. Só então pôde libertar Isolda.
Durante três anos, viveram escondidos na floresta. Tristão fez um arco, com o qual nunca perdia a presa, e Gorneval construiu uma cabana de galhos e troncos. Certo dia, um cachorro juntou-se a eles - era Husdent, que reencontrava seu dono, Tristão. Husdent aprendeu a caçar sem latir, para não denunciar sua presença.
Um dia, o rei Marcos descobriu o esconderijo e encontrou Tristão e Isolda adormecidos, abrigados no simplório casebre. Sentiu pena daqueles corpos tão magros, que os andrajos mal escondiam. Anunciou então que estava disposto a receber Isolda de volta na corte. Mas Tristão deveria partir para bem longe.
A poção mágica já perdera o efeito fazia muito tempo, mas Tristão e Isolda continuavam amando-se. Assim, após a partida de Isolda, o cavaleiro tentou permanecer a seu lado, mas os espiões do rei estavam sempre em seu encalço. Por isso, ele teve de embarcar para a Armórica.
Na pequena Bretanha, Tristão colocou-se a serviço do rei Hoel, tornando-se amigo de seu filho, o cavaleiro Kaherdin. Com o passar do tempo, Tristão pensou que poderia esquecer Isolda casando-se com outra mulher. Desposou a irmã de Kaherdin, que também se chamava Isolda e era conhecida como Isolda das Brancas Mãos. Mas a lembrança da loura Isolda jamais abandonou Tristão, o que não escapou aos olhos da esposa e do cunhado.
Um dia, Tristão foi gravemente ferido pelo anão Beladis, cuja mulher Kaherdin cortejava secretamente. Pediu então ao cunhado que fosse à Cornualha buscar Isolda, a loura, pois só ela poderia salvá-lo.
Ansioso pela chegada do navio, todos os dias Tristão pedia que o levassem até a praia. Ficara combinado que Kaherdin içaria uma vela branca se Isolda estivesse a bordo e uma vela preta em caso contrário.
Mas Isolda das Brancas Mãos surpreendera a conversa e, louca de ciúmes, enganou Tristão. Quando o navio surgiu no horizonte, Tristão já estava enfraquecido demais para enxergar, e a esposa disse-lhe que uma vela negra fora içada. Tristão pensou que sua amada o abandonara e morreu de infelicidade. Ao chegar, Isolda, a loura, viu o corpo de Tristão estendido na praia, não resistiu e caiu morta junto ao amado.
Os dois foram enterrados lado a lado. O rei Marcos ordenou que se plantasse uma roseira selvagem no túmulo de Isolda e uma videira no de Tristão. Ao crescer, as duas plantas enrolaram-se uma na outra, como se quisessem ensinar aos homens que o amor: é mais poderoso que a morte. "
( retirado de edukbr-lendas e mitos)
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As histórias de amor são sempre empolgantes, trágicas pelo seu final (estou-me a lembrar de outras tão famosas como esta...) terminadas pela morte mas que eu penso que, aqui, a morte, tem um papel principal, é o elo da imortalidade que reveste o Amor maior que a morte!
ResponderEliminarUm beijo e bom fds Susanita
Graça
Susana,
ResponderEliminarLinda história esta de Tristão e Isolda e, que nos é conhecida. Confesso que sempre gostei de a ler, assim como todas as histórias de amor ainda que tristes, mas na verdade estas histórias mostram como o amor é forte e poderoso e pode ultrapassar as barreiras que quisermos, até a morte...
Obrigada por este momentos que nos trazes aqui neste teu espaço que não é em vão a Terra do Encanto :)
Tens um prémio no meu espaço átomovida-um sonho, a "Relíquia da Internet" aqui para o teu espaço. Caso o queiras aceitar, agarra-o quando quiseres.
Bjnh de luz
Com ou sem poções, é o amor que (também) nos faz viver...
ResponderEliminarE são estas histórias que (também) nos fazem sonhar...
Su
Olá Susana,
ResponderEliminarSem dúvida uma bela, mas tb arrepiante história, (um clássico), para uma tarde de domingo.
E o selo? Posso roubá-lo (sem inquérito), ou não? Pronto! Eu compreendo...:))))
Um beijo e continuação de um bom domingo
Susanita, boa semana :)
ResponderEliminarBeijito para as duas "pataniscas", LOL LOL
Norberto
Querida Susana,
ResponderEliminarUma linda e triste história de amor, que somente uma pessoa sensível como tu, poderia postar.
O filme é belíssimo e de uma fotografia espetacular.
Beijinhos
Suzana, querida!
ResponderEliminarEssa história é fascinante!! Mostra como o amor é forte e sublime!
Uma ótima semana para você, querida!
Abraços!
Vera
O amor é mais poderoso do que maorte... sim... do que qualquer poção, também (afinal eles ja nao estavam unidos pela poção) e apesar de todo o enredo desta estória secular de Tristão e Isolda, é o amor que permanece, nesta versão apurada e "pre-queirosiana" de Romeu e Julieta.
ResponderEliminarO amor, Susana, vence sempre... mesmo que com suspiros de morte...
beijinhos amigos
E o Amor, o tal votado aos heróis, será sempre fonte transbordante de entrega e ternura, velas acesas com brandura e o incondicional soar... Sabe bem relembrar, minha querida Amiga, sabe melhor chegar perto da fonte e sem hesitar... provar :)
ResponderEliminarOBRIGADA por me contar esta bela história de amor, conhecia-a a musica - belissima - mas não o drama,
ResponderEliminarHELENA
Olá Susana,
ResponderEliminaruma bela e infeliz história de amor.
Será que o verdadeiro amor leva ao fim?
Abraço
AMOR É A COISA MAIS BELA DA HUMANIDADE! MAS ,nem tudo o que "luz é oiro", TRISTÂO E ISOLDA, ROMEU E JULIETA( PEÇA DE SHAKESPEARE), PAUL E VIRGINIE, MATILDE E GOMES FREIRE, PEDRO E INÊS...O amor está em nós, na nossa solidariedade, no nosso orgulho, no nosso poder de decisão,,,
ResponderEliminarBEIJO DE
LUSIBERO
Olá Susana,
ResponderEliminarObrigado por esta "viagem", valeu bem a pena :)
Abraço.
Minha amiga que lindo romance, achei lindo o final que a roseira selvagem se enrolou na videira trazendo em mente como diz no texto que nao se deve separar um amor...
ResponderEliminarEm filmes eu prefiro as comedias romanticas pois o final é mais alegre, mais os romances tem seu encanto,
uma professora minha falou que foi visitar Portugal e disse que ai ate nevou!! Deve estar entao um frio danado, sabe minha amiga aqui no Brasil tem climas diferentes entre o sul do pais e o norte nordeste, o sul é mais frio, a mazonia fica do norte muita floresta quente e humido, e o nordeste é seco e castigado... eu moro no sudeste e minha cidade fica a 6 horas de carro do litoral, aqui faz um calor o ano inteiro praticamente so faz frio quando garoa e chove por alguns dias, as vezes o calor estressa pois se soa todo o corpo ao sair na rua e o sol queima a pele se ficar muito tempo ao ar livre sem proteçao, eu so nao sei dizer ao ceto o clima de todo o pais pois como o Brasil é grande muita gente assim como eu nao tem condiçoes de visitar ele todo... um abraço!