quinta-feira, 17 de maio de 2012

 
 
 
 
 
 
 
 






SER


aconteces-me nas horas desconhecidas
em que os cumes
das montanhas
são névoas dispersas
sobre os sonhos onde ondeio

...
aconteces-me nas horas vigésimas quintas,
onde o tempo se torna infinito
e as luzes das flores
me invadem
os pulmões, e me respiram
de odores almiscarados
e sabores
novos

aconteces-me onde não me sei
e as horas me não bastam,
onde disperso horas
de certezas
e de loucuras de outrora

aconteces-me,
simplesmente
porque existes dentro das águas
que me habitam
o ventre,
e porque conheces
cada onda
do mar

outrora oculto


(Susana Duarte)



segunda-feira, 14 de maio de 2012

BEIJO

beijar-te-ia os olhos, se de ti se aproximassem as pálpebras e,
no ímpeto da proximidade, pudesse encostar, a ti, o rosto. seria
a impulsividade do abraço, o moto da vida e o caminho-espaço
onde o tempo se estreita e se torna infinito. a infinitude onde te
abraço, é a cor púrpura do peito e a negação da solidão. alma.
nesta cor onde navegas, habita uma ave, livre, a paixão calma,
nomeada, dita, entretecida nos momentos onde risos e lágrimas
...
se enleiam nos gestos e se tornam eternidade em nós. beijar-te-
-ia. suave melopeia de quatro olhos que se navegam. urze viva.

beijar-te-ia o centro navegante das noites e saberia se as aves
cantam em dueto. ouviria as doces notas do teu canto...pudesse
eu encostar, em ti, os olhos que tudo ouvem. esses, residem
no peito, escavado de doces memórias, onde é nosso o sorriso
da lua. beijar-te-ia. e saberias que é nosso o riso. pudesse eu
saber das noites inscritas no tempo onde não há tempo para ser
só. não há tempo para ser só. há tempo, apenas, para sermos
dois. um. eternidade inscrita no espaço das estrelas. claras,
luzentes, belas. sabemos de nós, e sabemos do peito. sabemos
do corpo, finito, estreito, conjugado a dois nas noites de chuva.

beijar-te-ia. apenas isso sei. declino em ti a maré. e tudo o que és,
é aquilo que sei. do mundo, nada mais importa. a vida vive em ti.

Susana Duarte
(poema e foto)
 
 
Para ti, i.f.
 
 
 

sábado, 5 de maio de 2012

[ VERLAINE ] - Le Rose Nere - di Paolo Staglianò -

da " Coriandoli di Pietra - Copyright della CsaEdtrice - 2008

Verlaine [ Le Pauvre Lelian ]

...

notte dura nell’ambirsi che abbonda,
oltre ogni discrezione, di bisogni che incidono
il profondo:
tanto che ogni tempo è pausa ostile,
statico pensiero:
nulla concede l’arido osservare questo
cielo che diviene aurora contro ogni mio volere:

[che ancora intendo di carpire al sonno
il bello d’un istante dentro un sogno ]

ch’é forse questo il tempo delle pietre aguzze!

sassi che rotolano lungo le chine acri del mio talento,
sfuggono fermi nei pressi di uno scopo:
ed è sevizia pensare di risalir ogni scalino infranto,
sedere al mio tavolo, evocare dal nulla creazioni:

[dolori consumati o attimi di bello assoluto
sminuzzati dentro la cinica macina d’ogni vita ]
Un vuoto largo privo di misura mi prende
come cosa che non da tregua:
come lamento atroce di un infermo:

e invariato si mostra ogni senso di cosa
che si muove, nel mondo [ spiegato ]
che ogni dì sbilenco osservo !
Come contemplo l’inerte che perdura,
il misurato:
il disdicevole conforme ad un estremo verso,
ogni grazia celata dietro l’odio che folto coltivo
in serbo per un mondo doppio remoto
dall’assoluto che dipingo!
mondo che rigetto che respingo ]
e in fondo accetto:

il frutto che mi appella, maledetto ]

Paolo Staglianò - "Verlaine" - Coriandoli di Pietra - Proprietà Letteraria Riservata della www.csaeditrice.it© 2008
ISBN 978-88-95030-46-3

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Nebulosa
 
 
soubesse eu das nuvens,
e moraria sobre um cirro.

sonharia sonhos de framboesa,
vermelhos-rubros-saborosos pecados
de veludo e de fé, por sobre sombras,
...

penumbras

escombros de nuvens,
brancas-pacificadas-nutridas na raíz
das partículas e dos sons, onde
habitam borboletas negras

e luzes.


soubesse eu das estrelas
e moraria no Cruzeiro do Sul.

voaria sobre emas,
oásis,
asteriscos de amores
e frases de cor ténue,

espalhando sonoras partículas
de navegações antigas

mares azuis,
sombras dissipadas

estrelas marinhas
refletidas nas curvas das nebulosas.

espiral.

Susana Duarte


http://youtu.be/O8ACZ6IyyqM

 

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...