quinta-feira, 1 de novembro de 2012

CORPO





transformar-me-ia em ave,
se as asas dos teus dedos me ouvissem

e condensassem, em nós,
as gotas acontecidas

nas costas,
onde te deixei estradas

quando, em mim,
e nos dedos,
e no rosto,
e no ventre,

deixaste rotas marinheiras,

flor de sal do teu corpo,

sabedoria nua das marés,
ave de todos os dias

negro irresoluto de todas as noites

susana duarte
 
http://youtu.be/MqoANESQ4cQ

3 comentários:

  1. "...transformar-me-ia em ave,
    se as asas dos teus dedos me ouvissem..."

    Adorei...

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  2. Um poema bonito e com uma imagem que nos transporta para lá do tempo onde as coisas do amor acontecem.

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  3. Obrigada, aos dois, pelos vossos comentários.

    Um beijo.

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