sábado, 27 de junho de 2015

Na doçura da tarde ardem os dedos - Joaquim Monteiro




Uma tarde chega
Onde os dedos partem


Tudo arde
Na doçura da voz

Ardem os lábios
Sobre a luz do sol

Cantam as aves
A loucura do voo
Quando a pique caem
Sobre o brilho dos olhos

O longe se faz perto
Na cor inflamada

Onde o murmúrio
É a rosa no jardim secreto
O ardor da buganvília
Sobre a cal da pele

Tudo arde
Na fogueira dos sentidos

Só a cinza da ternura
Permanece quente
Onde o ventre chora
Na alegria extremada
De subtis dedos.

Joaquim MONTEIRO
2012-06-21

3 comentários:

  1. gostei deste arder sem fogo nem lume
    Gosto deste amar mais do que a dor ou ciume

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  2. Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens
    é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
    Eu também tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita
    Ficarei radiante,mas se desejar seguir, saiba que sempre retribuo seguido
    também o seu blog. Deixo os meus cumprimentos e saudações.
    Sou António Batalha.

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    Respostas
    1. Olá, António.

      Obrigada pela visita e pelas gentis palavras.
      Até já.

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