sexta-feira, 20 de novembro de 2015

esta noite, escreverei para ti.

sabes amar as palavras deitadas
sobre os teus dedos, como as vinhas
do norte e a terra sob os teus pés.

sabes do amor e das palavras,
e fertilizas o olhar da noite
com o indizível das uvas
e o futuro das sementes 
que, de ti, nascem. 

a cada manhã.

seremos sempre a poesia
que das vozes emana. 

amar-me-ás 
sob o céu azul dos futuros 
antevistos.
e sobre o húmus
e o útero da terra,
e sobre o corpo,
Gaia-mãe, dança 
da terra sobre os dedos,
e sobre as folhas
ávidas do verão
dos seres. 

esta noite, escreverei.

para ti.

Susana Duarte


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

é de madrugada que se soltam aves:
as aves líquidas dos teus passos,
as aves todas das vozes 
submersas,

e as noites onde não soam, claras,
as palavras. é de madrugada,
que se entoam melopeias 
encantatórias,

saídas de vozes espectrais de mulheres
cujos seios incendiaram noites
seduzidas pelo olhar 
dos dedos.

será madrugada, de novo, quando aves
soltas pelos dedos renovarem
voos e dispersarem anseios
pela madrugada.

procura os dedos que soltam as aves,
e as vozes fundas das luzes 
bruxuleantes das mulheres,

e ouve o grito que nelas se encerra.

Susana Duarte




domingo, 8 de novembro de 2015


Todas as coisas têm o seu mistério, e a poesia é o mistério de todas as coisas.


Federico García Lorca, "Conversa Sobre o Teatro"




quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Dandélio, a creche e JI da APPACDM de Coimbra.

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.940049259359261.1073741828.135902283107300&type=3




http://www.orangearquitectura.pt/projectos.php?id=20

domingo, 1 de novembro de 2015



por todas as madrugadas

de gritos suspensos,

por todas as folhas pecioladas

e de raízes ocultas,



deixo a palavra




e grito.




 suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido,  o parto feroz, a corrente avas...