quarta-feira, 11 de novembro de 2015

é de madrugada que se soltam aves:
as aves líquidas dos teus passos,
as aves todas das vozes 
submersas,

e as noites onde não soam, claras,
as palavras. é de madrugada,
que se entoam melopeias 
encantatórias,

saídas de vozes espectrais de mulheres
cujos seios incendiaram noites
seduzidas pelo olhar 
dos dedos.

será madrugada, de novo, quando aves
soltas pelos dedos renovarem
voos e dispersarem anseios
pela madrugada.

procura os dedos que soltam as aves,
e as vozes fundas das luzes 
bruxuleantes das mulheres,

e ouve o grito que nelas se encerra.

Susana Duarte




1 comentário:

  1. "e as vozes
    fundas
    das luzes
    bruxuleantes
    das mulheres,"
    fiquei a bruxulear
    de saudades tuas
    4h4'4" da tARDE

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