é de madrugada que se soltam aves:
as aves líquidas dos teus passos,
as aves todas das vozes
submersas,
e as noites onde não soam, claras,
as palavras. é de madrugada,
que se entoam melopeias
encantatórias,
saídas de vozes espectrais de mulheres
cujos seios incendiaram noites
seduzidas pelo olhar
dos dedos.
será madrugada, de novo, quando aves
soltas pelos dedos renovarem
voos e dispersarem anseios
pela madrugada.
procura os dedos que soltam as aves,
e as vozes fundas das luzes
bruxuleantes das mulheres,
e ouve o grito que nelas se encerra.
Susana Duarte
"e as vozes
ResponderEliminarfundas
das luzes
bruxuleantes
das mulheres,"
fiquei a bruxulear
de saudades tuas
4h4'4" da tARDE