não sei se a tristeza colhe nuvens
onde vivem os espectros das noites
antigas. não sei, sequer, se as noites
continuam no mesmo lugar. talvez
tenham partido para o sítio onde
as lágrimas colheram cerejas, e
as depositaram num vale antigo.
não sei se as noites voltarão a ser
lugares de interdito, se os desertos
por onde se escoam as aves fugidias
(talvez fantasmas, talvez apátridas)
onde escondo os nomes e fujo de mim.
Susana Duarte
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