segunda-feira, 21 de março de 2016




não sei se a tristeza colhe nuvens
onde vivem os espectros das noites 
antigas. não sei, sequer, se as noites
continuam no mesmo lugar. talvez
tenham partido para o sítio onde 
as lágrimas colheram cerejas, e 
as depositaram num vale antigo.




não sei se as noites voltarão a ser
lugares de interdito, se os desertos
por onde se escoam as aves fugidias



(talvez fantasmas, talvez apátridas)

onde escondo os nomes e fujo de mim.

Susana Duarte


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