terça-feira, 28 de junho de 2016

Creche e Jardim de Infância Dandélio, Coimbra


A nova estrutura de Creche e Jardim de Infância da APPACDM de Coimbra abrem portas no próximo dia 5 de Julho.
Venham conhecer-nos na Rua Vicente Pindela, à casa Branca, em Coimbra.

colegio.appacdmcoimbra@gmail.com







sexta-feira, 24 de junho de 2016

Não existe fim, 
não existe início, 
apenas a infinita paixão da vida.
[Federico Fellini]




sábado, 18 de junho de 2016



" Toda a vida da alma humana é um movimento na penumbra"

(Livro do Desassossego-Bernardo Soares)




quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nunca mais

Nunca mais
(ouvindo Alexandre Desplat , “The meadow”)











   nunca mais as auroras sobre o rosto,                    ou os sonhos sobre os dedos.
nunca mais as manhãs desinibidas da nudez.
perdeu-se a manhã,                           onde se perdeu o voo                                e os medos
se sobrepuseram ao dia.           em ti, a mudez,
e os medos,                    e as flores mortas de um quadro antigo.
em ti,                  os olhos sem brilho do fim dos sonhos                    entre os dedos.

pudessem os dias, não ter sido segredos.


nunca mais, as noites.

nunca mais,                       as tuas mãos             nos meus dedos.




Susana Duarte
Do livro "Pangeia", a publicar




segunda-feira, 13 de junho de 2016

"Gosto de caminhar pelos trilhos do campo, pelas plantações de arroz ladeadas por gramíneas selvagens, pisando conscientemente o solo maravilhoso. Nessas horas, a existência torna-se uma realidade miraculosa e misteriosa. Normalmente, as pessoas consideram um milagre caminhar sobre a água ou no ar. Mas eu acho que o verdadeiro milagre é caminhar no chão. Todos os dias nos envolvemos em milagres que sequer reconhecemos: o céu azul, as nuvens brancas, as folhas verdes, os olhos negros e curiosos de uma criança - os nossos próprios olhos. Tudo é um milagre."
Thich Nhat Hanh



sábado, 11 de junho de 2016

" e dovunque volgeró l'occhio, tutto sará allegro, splendido, e la sera stupenda" (Hikmet)



sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Camões dirige-se aos seus contemporâneos
.

Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
Que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
Para passar por meu. E para os outros ladrões,
Iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
.
……………… [Jorge de Sena – in, Metamorfoses, 1963]

quarta-feira, 8 de junho de 2016



" A nobreza de uma alma se reconhecerá sempre no facto de não ter medo de si próprio, não esperar nada de vergonhoso e voar sem escrúpulos por toda a parte, tal pássaro nascido livre como é, onde o seu desejo o impele! Aonde quer que vá, será sempre rodeado pelo sol e pela liberdade."




Nietzsche ( Humano Demasiado Humano, II ) 187

segunda-feira, 6 de junho de 2016





faltas-me.

na insubmissa saudade que me traz névoas,
falta-me o ângulo solar do teu sorriso. habituei-me
à ausência dos lábios, nunca me habituando à ausência
do que pressinto. faltas-me.

é longa a lisura dos braços que me acolhem saudades
mansas, despidas da bruma antiga, onde habitas
todos os recantos breves das palavras que dizemos.
faltas-me no ar que me respira e vive.

faltas-me,
sobretudo, onde a noite se faz longa estrada percorrida
pela cadência agreste das silvas que entoam cantos
de coruja nos locais onde a lua interpela os amantes.
faltas-me nas ondas do cabelo, que dantes revolvias
com dedos seguros. faltas-me onde me sabes e sabes-me
onde o mundo se oculta de mim e eu, dele me escondo.

faltas-me.

na insubmissa saudade dos mares outrora atravessados
de carícias, falta-me o ângulo solar dos teus dedos. habituei-me
à ausência dos beijos, nunca me habituando à ausência do que pressinto
e sei. faltas-me. todos os dias.

Susana Duarte

domingo, 5 de junho de 2016

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Poema 7 (em silêncio)



das rochas, o desabrochar


silencioso das flores. é a travessia


última das manhãs: aquela




que se faz silente, 


sob o marulhar 


dos dedos que procuram, no dia, 


o renascer da alma 


(onde as rochas perduram 


e o mundo recomeça a brotar 


das águas). 





Susana Duarte


do meu novo livro, "Pangeia", a sair


 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...