quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nunca mais

Nunca mais
(ouvindo Alexandre Desplat , “The meadow”)











   nunca mais as auroras sobre o rosto,                    ou os sonhos sobre os dedos.
nunca mais as manhãs desinibidas da nudez.
perdeu-se a manhã,                           onde se perdeu o voo                                e os medos
se sobrepuseram ao dia.           em ti, a mudez,
e os medos,                    e as flores mortas de um quadro antigo.
em ti,                  os olhos sem brilho do fim dos sonhos                    entre os dedos.

pudessem os dias, não ter sido segredos.


nunca mais, as noites.

nunca mais,                       as tuas mãos             nos meus dedos.




Susana Duarte
Do livro "Pangeia", a publicar




1 comentário:

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...