domingo, 16 de julho de 2017

lembrei-me de ti



lembrei-me de ti,

na sala limpa de nuvens e de palavras
[sobraram pensamentos
onde impera a imagem,
a do teu sorriso,
a das tuas mãos que criam]

as mãos que as notas de um violoncelo

quiseram alinhar entre os dedos
curvos 
da minha mão.


lembrei-me de ti,
e não era a hora dos malditos,
ou a das quimeras.


era a hora vigésima quinta,
ou a das trepadeiras
e dos sonhos por inteiro.


lembrei-me de ti - visão que se impõe 
onde as palavras sussurram o corpo-
profundo e interior, o corpo- 
e o desfazem por dentro.



lembrei-me de ti
(o que fará a escrita na pele?)

Susana Duarte


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