lembrei-me de ti,
na sala limpa de nuvens e de palavras
[sobraram pensamentos
onde impera a imagem,
a do teu sorriso,
a das tuas mãos que criam]
as mãos que as notas de um violoncelo
quiseram alinhar entre os dedos
curvos
da minha mão.
lembrei-me de ti,
e não era a hora dos malditos,
ou a das quimeras.
era a hora vigésima quinta,
ou a das trepadeiras
e dos sonhos por inteiro.
lembrei-me de ti - visão que se impõe
onde as palavras sussurram o corpo-
profundo e interior, o corpo-
e o desfazem por dentro.
lembrei-me de ti
(o que fará a escrita na pele?)
Susana Duarte
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