terça-feira, 19 de dezembro de 2017

todas as ondas não bastam para conter a fúria do voo.

soltam-se, das aves, as plúmulas 
insubmissas 
que descreveram margens 
de rios outrora 
ocultos.


desfazem-se nas madrugadas
transparentes,


sonoras como os ecos
de todas as ausências 
com que me escreves 


nos ossos,
doridos e insubmissos como as plúmulas,
ocidente de todos os desejos.


soltam-se, e desfazem-se,
as plantas ocultas do voo das aves.
Lá, onde o ocidente se atreve
a cirscunscrever oceanos,


todas as ondas não bastam


para conter a fúria 
do voo.


Susana Duarte

domingo, 3 de dezembro de 2017

o mundo é um lugar longe,

onde as mulheres são feiticeiras

e os poetas, a alma ferida
das brumas.

o mundo é um lugar longe,
tão longe quanto as lágrimas e o medo,
tão fundo quanto as lágrimas e o medo
de amar.

amar é um lugar longe,

onde as mulheres são aves que voam
um voo estranho de derivas
anteriores.

a dor é um lugar solitário,

tão longe como os poetas.

Susana Duarte

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017



voo,


talvez, no voo abrupto


das aves


melancólicas


e nas fragas 


por onde 



rolam desejos. 




Susana Duarte

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...