segunda-feira, 25 de junho de 2018



eis a noite ensimesmada
das bruxas 
e as quimeras vivas:

talvez haja um poema,
ou a sede por escrever.

talvez tu sejas a sombra 
navegante das asas perdidas,
ou o esquálido 
e angustiado nó
deixado vivo nas noites outrora 
agitadas pela ode marítima 
com que me beijavas 
a madrugada.

eis as noites das quimeras,
gárgulas perdidas
onde os nós se desatam,
sedentos, talvez, de deixar
nas pedras as sombras
originais. eis os nós, e as pedras.

eis o ser que se transforma,
e a mulher-rocha das marés.

Susana Duarte

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