eis a noite ensimesmada
das bruxas
e as quimeras vivas:
talvez haja um poema,
ou a sede por escrever.
talvez tu sejas a sombra
navegante das asas perdidas,
ou o esquálido
e angustiado nó
deixado vivo nas noites outrora
agitadas pela ode marítima
com que me beijavas
a madrugada.
eis as noites das quimeras,
gárgulas perdidas
onde os nós se desatam,
sedentos, talvez, de deixar
nas pedras as sombras
originais. eis os nós, e as pedras.
eis o ser que se transforma,
e a mulher-rocha das marés.
Susana Duarte
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