passam os dias nas onomatopeias
da raiva,
do cansaço,
da exaustão;
por entre os fios ténues
do pensamento à beira do vómito.
povoam os sonhos aves negras
da raiva das máquinas
em que nos tornaram,
céleres, resolutas,
deus ex-machina
omnipotentes, omnipresentes,
desligados da vida
e, sempre, à beira do precipício
profundo das alas da mente
onde a luz não penetra
e, sombrias,
se insinuam as dúvidas
que as fiandeiras tecem.
Susana Duarte
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