aconchego o silêncio
nas palavras sossegadas
pelas lágrimas da noite
encontro-o, cartografado
nas linhas vorazes do voo
sempre que escreves
vozes sobre a pele
Susana Duarte
2015
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido, o parto feroz, a corrente avas...
belo
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