há uma sombra em cada asa,
e uma ave escondida em cada passo;
uma nódoa negra no peito,
e um vôo interceptado
pelos dias.
há duas cores na plúmula,
onde não cabe mais do que uma paleta
insegura, povoada por névoas.
todos os vôos são ambíguos,
e todas as vozes, silêncios
crocitados nas horas
das quimeras.
são obscuros, os dias
onde as asas quebradas do sonho
tentam erguer sorrisos.
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