sábado, 7 de novembro de 2020



os dedos percorrem sílabas
onde o verbo, exilado,
anuncia o tempo


e o tempo, silente,
revê nervuras
e as mãos.


são folhas de romã, os dias,
e palavras perdidas
onde o tempo se esgota.


nunca mais os dias de verão
serão as searas douradas de antigamente.
o restolhar das folhas,
e a palavra


decadente
perdem os sentidos,
onde o verbo descreve as curvas
e a idade amontoa frases
e ilumina memórias.


Susana Duarte

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