a vida solta
extingue as lágrimas
e a vaga sensação de futuro.
possam as flores renascer,
e as aves navegar olhos humanos,
e os olhos marejarão de expectativa
as noites onde, vazias,
as janelas escutam fantasmas.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido, o parto feroz, a corrente avas...
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