quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

 Tenho nos olhos 

a veia côncava da vontade

de erguer sóis


ainda que o nada se agigante.


Susana Duarte


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

 beija-me os olhos marejados 

de ausências


e ausenta-te de ti, 


navegante flávio

dos meus cabelos negros


e das sombras 

que me habitam.


estou onde não estás

(tento respirar)


Susana Duarte




segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

 roubo à rua 

o sol que me pertence:


a clandestinidade indistinta,

a sombra das palavras 

negadas,


interditas,


ditas onde os terrenos

aguardavam a chegada

       do beijo.


roubo ao sol o calor

do vôo, quando as aves soletram

      manhãs de inverno,


separando as letras 

de cada rumo

          ao sul.


roubo o nome

decalcado na terra,


onde sou norte e sou sul


e decido para onde vou.


Susana Duarte

Mamã.

 existias  muito antes de me dares à luz,    talvez desde o tempo das cerejas        ou dos invernos que preferias à canícula de Agosto. exi...