tenho a idade de todas as idades,
de todas as cidades,
contente no descontentamento
de ser invisível
enquanto desenho noites
nas esquinas da alma.
escrevo sons no ar,
na sonora imensidão dos peixes.
na terra, abro as mãos
e perfumo de incerteza o dia
e leio
-nas entrelinhas
silabadas de um jornal antigo-
a palavra-sabor,
a palavra-abrigo.
Susana Duarte
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