não sei se a tristeza colhe
as nuvens, onde vivem
os espectros das noites
antigas. não sei,
sequer, se as noites
continuam no mesmo lugar. talvez
tenham partido para o sítio onde
as lágrimas colheram cerejas, e
as depositaram num vale antigo.
não sei se as noites voltarão
a ser lugares de interdito,
ou antes os desertos
por onde se escoam as aves
fugidias
(talvez fantasmas,
talvez apátridas)
onde escondo os nomes e
fujo de mim.
Susana Duarte
2016
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