terça-feira, 12 de maio de 2009

Sou!



Toco, por vezes, o Céu.

Toco-o, beijo-o, sinto-lhe o perfume.

Elevo-me.
Saio de mim.

Sou nuvem, sou estrela,
sou fino algodão.
Sou pena que voa,
soprada da mão.

Sou Flor de Jasmim.

Beijas-me o rosto.

Olhas para mim...
toco as estrelas,
vejo-lhes o brilho.


Sou mão que se eleva,
raio de sol radioso.
És Adão e eu sou Eva,
sou flor e raio de de luz,
sou o céu sereno e a tempestade,
quando te agitas em mim.

Alcanço o fundo do mar.

Sou onda, sou frágua,
sou chuva, sou mágoa,
sou aquela que te arrasta
numa onda sem fim...


Sou Mulher.espuma,
sou mulher-água,
semente no mar.

Alimentas-me com algas...

Quero ser sereia!
Quero nadar!

Teu corpo aqui...

Toco a Lua em silêncio.

Escrevo o teu rosto no meu.

Sou Luz e sou Sombra,
sou Ícaro e Prometeu.

Sou mulher, sou o vento...
...sou o vento que sopra,
que sopra distâncias...


Quero o Céu por um segundo,
por um instante, as estrelas.
Por um momento, quero o mundo.
E quero também o mar.
Quero agarrar a Lua.

Meu céu e meu sol.
Meu sol e meu vento...

3 comentários:

  1. Lindo, Susana! "ESTAMOS NO CÉU...não é verdade?

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  2. Susana:posso tratá-la assim, uma vez que já me comentou como tal?Este seu belíssimo poema lembra-me a temática ea forma das nossas Cantigas Trovadorescas! É lindíssima a repetição de expressões e versos, que lhe dá o tom melódico das cantigas paralelísticas! Pena é que ninguém por aqui tenha passado ainda para, além de mim, reparar nesta beleza, singela no mar de complicações em que se vive! Dá vontade de sair por aí a cantarolar a felicidade que a inunda... É verdade...ou não?
    BEijo de LUSIBERO

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  3. "SOU!"Poies, terra de encanto! És uma potencial grande poetisa!Para além de Psicóloga, se as editoras deste nosso país tivessem os olhos abertos à beleza que as circunda, serias, de certeza,uma poetisa. Este teu poama, pelo carácter repetitivo faz-me lembrar a Poesia Trovadoresca ,dos primórdios da história da nossa literatura. Como não me canso de te ler ,lembro-me de um desabafo de Natália Correia que diz tão somente isto:"Ó subalimentados do sonho! A poesia é para se comer"!
    Mais um beijo de lusibero.

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