nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
sábado, 19 de setembro de 2009
(Fotos minhas)
Despeço-me do Verão como quem se despede de um amigo.
Cada raio de sol é, agora, apreciado, sorvido e sentido com intensidade inusitada. Não tarda, a chuva cairá (as folhas caem já, castanhas, secas, no chão húmido da bruma da manhã...).
Vou à praia pela tarde.
As ondas, bravias, reflectem o temor da finitude. Mar imenso...a cada Verão que passa, amarelecidas as folhas, permaneces; nós, que te olhamos, amarelecemos também. Vibrantes, é certo. Expectantes. Até, talvez, um pouco soberbos: por vezes, cremos viver para sempre. Desafiamos a Vida como quem soubesse ser imortal. Não sabemos nada...e, no entanto...imaginamos que sim. Tantos livros para ler, tantas praias para calcorrear, tanta Vida para Viver! Ainda assim...tardamos em perceber que somos, também nós, uma folha que espera por amarelecer. E sonha com essa ventura.
O Outono não tarda...
Despeço-me do Verão como quem se despede de um amigo. As folhas vão cair. As árvores ficarão nuas, despidas de vida evidente... mas quando chegar a primavera, cheias de vida latente, ver-me-ão saudar, de novo, o Verão que se antecipa na brisa suave da tarde.
Cheio de promessas.
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Mas não te vejo ali tipo sereia no areal, e tal...só vejo meio caramelo de boxers :-)
ResponderEliminarAhhhh e já agora, não pode um homem meter obras em casa, que tambem pensas logo em pintar o estaminé !!! Mas ficou fixe :-)
ResponderEliminarPois...tens razão nas duas coisas. O caramelo é desconhecido ( mau momento, pois é....não tinha nada que estragar a paisagem...) e a dita sereia (??????) é envergonhada para se expôr aí assim!
ResponderEliminarE sim,a tua mudança deu vontade de acompanhar!
Beijinhos
Visto não ser conhecido, não custava nada apará-lo da foto,né?
ResponderEliminarDepois de comentar pensei assim: Queres ver careca, que o meio gajo é o bruxo-mor e eu aqui a largar postas de pescada?!...
Quanto á sereia, podia muito bem aparecer metida na água, do queixo para cima, ou isso...sei lá! :-)
Tu queres é tirar nabos da púcara...
ResponderEliminarMas eu digo-te: por aqui reinam apenas bruxinhas; de bruxo-mor, e para mais, em boxers...não há nada que se aviste. Por isso...não largaste nenhuma posta de pescada!
eh he he eh he eh euuuuuuuu??? :-)
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão! Tu? Claro que não! Acho que era a minha vizinha, que costuma espreitar à porta, a ver quem passa!
ResponderEliminarLol, muito melhor. E sem meios caramelos!
ResponderEliminarTenho que te dar razão...sem meio caramelo, sem boxers, e com o sol baixo que o outono anuncia...
ResponderEliminarNuma coisa tens razão, a vida não é uma corrida. Mas é uma jornada. E a viagem pode ter mil milhas, mas começa com um passo. Tenhamos nós a força para calcorrear em busca da verdade e não contentar-nos com aquilo que conhecemos.
ResponderEliminarO velho ditado chinês assim o diz, tal como tu, Cirrus, que uma viagem começa sempre com um simples passo. É uma jornada, que se pretende que chegue ao fim com o sentimento de ter dado algum contributo e de não ter deixado coisas por dizer.
ResponderEliminarObrigada por passares por cá.
Existe um filme de Woody Allen, "Setembro" (julgo que o único em que nao aparece) que é um registo intimista de pessoas, casais e seus problemas, numa altura de reflexão em que as suas vidas ficaram suspensas dos problemas quotidianos pelo verão.
ResponderEliminarSou muito nostálgico, e apreciei muitíssimo todo o texto, com este pormenor que me tocou mais: "nós, que te olhamos, amarelecemos também".
Já nao temos as quatro estações definidas como outrora, mas entramos no Outono, despedimo-nos do tempo ébrio do verão (nunca me entusiasmou, o verão) e voltamos à serenidade da pequenez do universo que trambém trazemos em nós.
Sobre as fotos, e apesar da particularidade do arco-íris da segunda, gosto muitíssimo da primeira.
Parabéns. Uma bela ode à despedida do verão... porque "O outono nao tarda"...
beijos amigos
Olá Daniel. Perdoa a minha ausência...durante toda a semana, não vim. Agora estou a pôr-me a par.
ResponderEliminarConfesso que adoro o Verão. Adoro o sol, o calor e o sentimento de alegria que me invade. Não coloco a vida em suspenso, mas vivo-a com positivismo e alegria.
Obrigada pelas palavras quanto às fotos. A praia é a do Pedrógão, num final de tarde de Inverno. Como vês, visito o mar mesmo que não possa passear de pés descalços...
Lindo lindo lindo post, adorei, me fez pensar inumeras coisas, enquanto ai esta por vir o outono aqui esta por vir a primavera, aqui em minha regiao as arvores estao em flor, porem o inverso ja se foi aqui sempre faz calor o ano todo com exeçao do sul do pais, tenho vontade de conhecer neve pois nao sei nem o que é muiiiiito frio, bjs otimo domingo!
ResponderEliminarBelas imagens belos sentires...encontram-se resposta onde nunca olhamos ou onde o olhar permanece distante...assim hoje cante! seja qual for o som....reveja a canção siga o coração...
ResponderEliminarPaz e luz pra ti.
Susana:
ResponderEliminarOentem tentei deixar aqui um comentário mas não consegui. Também não estava bem. O meu cãozito, com 17 anos, companheiro inseparável do meu marido e do meu filho,teve de passar pela eutanásia! Esteve 3 dias internado na clinica para ver se o coração recuperava e ontem, desenganaram-nos. Foi difícil a decisão. Fiz-lhe festinhas, dei-lhe beijos e eu saí dali como uma "maria madalena". Estou lamechas...já no blog do Francisco, deixei por lá uns farrapitos... Desculpa. Amanhã, será outro dia. Um beijo Graça
Susana
ResponderEliminarDesde ontem que estou a tentar pôr um comentário no teu lindo post de Outono e só faço burrada.
Ontem, foi um dia dificil para mim e meu filho.
Tivemos que decidir a eutanásia para o nosso cachorrito que estava connosco há 17 anos, desde que compramos a nossa casa. Esteve 3 dias na clínica a ver se havia alguma hipótese.Ontem o médico chamou-nos para dizer que o que mantinha vivo era o soro, o coração não aguentava mais. Conheço-nos e com aquele olhos castanhos, onde ainda havia vida, olhou-nos docemente. Foi a despedida! Saímos de lá, em lágrimas. Hoje, ainda não saí de casa, olho para a casota dele, a taça com água e... dá-me uma saudade! Um beijo Graça
Esta e 4ª vez que faço aqui um comentário...que não aparece..não sei o que se passa. Sei que escrevi muito...(era um desabafo). Será por isso?
ResponderEliminarAconteceu o mesmo noutros blogs mas agora dei a volta e já lá estão, menos aqui e num outro. Vou esperar mais algum tempo Um beijo Graça
Graça,
ResponderEliminarantes de mais nada, lamento muito que tenham perdido essa companhia, a grande companhia que é o nosso animal de estimação. Um dia, morreu-me um gatito, alegre e saltitão, atropelado, e fiquei muito triste. Um animal, companheiro de uma vida,e que te liga ao teu marido, deve ser uma perda enorme.
Não leves a mal que,ocasionalmente, não publique de imediato, podendo mesmo demorar dias. Levanto-me todos os dias às 6.30, trato do que é preciso para deixar a minah filha na escola, trabalho muito e, ao chegar a casa, é outra jornada, como sabes. A vida feminina não é de invejar...à noite, quando me sento, nem sempre tenho energia para vir aqui. Digo-te isto como quem se confessa...
De resto, estou contigo e tens aqui um lugar onde és especial. Um beijo muito amigo, solidário.
Susana