nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
As Amoras
O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")
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Susana:
ResponderEliminarQuantas vezes nos esquecemos de olhar o céu do nosso país?No momento em que vivemos, penso que devemos esquecer tudo e olhar o céu azul deste nosso Portugal. Um beijo grande Graça
Sim, quem o ama, nunca aspirou ter outro...ama-o simplesmente, tal como ele é.
ResponderEliminarBoa noite e um beijo
lindo!
ResponderEliminartemos que lembrar que por mais simples sejas o nosso pais ele é o nosso pais e as minimas coisas sao muito importantes, sempre tive vontade de conhecer outros lugares como alguns paises dai do seu continente por exemplo, os paises nordicos me parecem tanto que encantados, mas aqui no Brasil tambem tem lugares magnificos pra se conhecer, mas mesmo morando aqui fica dificil conhecer...
abraços!
Deu um óptimo poema, mas algo o desfeia (e muito) :(
ResponderEliminarbastava que nao tivesse escrito isto: "Ninguém ignora que não é (...)inteligente, nem elegante o meu país".
Pois Lisboa tem uma luminosidade que só encontrei em Paris, e Portugal como um todo e nao Lisboa em particular, não há-de ser elegante nem inteligente porquê?
O grande poeta desculpa-me, mas está um lindo poema, com o aroma das amoras, a voz doce para cantar nas silvas e também o céu é azul ;)
Pode não gostar do seu país (talvez, como diz) mas deselegante e burro nao me parece que seja. A menos que sejamos muito centrados na época.
Beijinho
Olá Susana :)
ResponderEliminarAmiga, pode até nem ser o melhor, mas é o nosso,aquele que nos viu nascer, aquele de quem nós temos saudade quando estamos longe, aquele que trazemos no coração !!! Adoro o meu país, mesmo com todos os defeitos que lhe possam ser atribuídos, e não o trocaria por qualquer outro.
Beijinho........Norberto
Felizmente que temos um céu bem azul(hoje, poraqui, com algumas nuvens) que devia ser olhado muitas vezes para esquecermos o cinzento do resto. E talvez as amoras ponham uum outro colorido nos sonhos que precisámos de abrir e lança-los por esse azul sem fim. Um beijo amigo Graça
ResponderEliminarJá escrevi dois comentários e não consigo deixar nada...Olha, minha querida, deixo-te um beijo e votos de um bom fim de semana prolongado. Graça
ResponderEliminarGraça, concordo contigo...é preciso olhar a luz do nosso céu, para crermos que Portugal é mais do que a sua própria pequenez.
ResponderEliminarNão te preocupes quando os comentários não aprecem logo, por vezes fico dias sem vir aqui...um beijo amigo!
Francisco, amamo-lo, sim,apesar de tudo, não é? Afinal, com as suas peculiaridades, é o nosso!
ResponderEliminarFabiano, também nós, muitas vezes, ambicionamos conhecer o que fica lá longe, sem sequer conhecermos bem os recantos do nosso próprio país.
ResponderEliminarNorberto, é isso mesmo!
ResponderEliminarDaniel, ainda assim...devemos reconhecer que, neste país, nem sempra se fazem as melhores escolhas...
ResponderEliminarDe amoras, fruto simples e que cresce sem controlo se pode fazer muito, assim haja vontades...
ResponderEliminarBruxinha, bom feriado para ti, uma vez que ninguem te ve :-) Um beijo
ResponderEliminarOlá, Terra de Encanto!
ResponderEliminarPassei primeiramente para saudá-la e depois para dizer que todos nós temos céus belos e índigos, assim como os cinzentos e nebulosos...
Basta saber olhar os dois com a mesma intensidade.
Beijos
Muito bonito.
ResponderEliminarBeijos,