terça-feira, 14 de agosto de 2012

REGRESSO


volto à noite
como, após cada noite, regressa a nós
a madrugada.

regresso ao ventre
...
e à espada, movendo-me
em ti

como se fosses vida renovada.

volto a cada desejo
partilhado sob as águas da chuva,

e volteio em cada gota,
noturna como as aves
noturnas;
madrugada de mim mesma;
flor orvalhada

semeada
sob a chuva dos teus olhos.

volto à noite,
porque volto a ti.

mais, não sei, senão regressar.

susana duarte

 

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