domingo, 26 de agosto de 2012

ARABESQUE

Vou desenhar um arabesco no cabelo de uma flor.
 

 Um bailado
de uma noite em teu olhar
e teu calor. Uma dança, uma maré
de estrelas inauguradas numa praia de algas verdes,
dançadas por ti. Dançadas por mim. Dançadas na chuva estival
de uma noite de Perseidas. Talvez seja fruto alado, a
estrela que te guia. O candeio que te alumia, e a ave
que te percorre. Em teu sangue, nada morre. Em tua
veia, de serena alegria, a dádiva da gota de
água, que o Silêncio desenha na estrada…
onde sei da Alegria, e faço o percurso,
e corro no mar, e ando
numa nuvem, e
deixo de remar,

 e sei que cheguei,
e sei onde estás, e
transformo o arabesco numa
nuvem de eternidade, desenhada numa
flor, onde vives, sem idade e sem morada, sem deserto,
sem ter nada, senão a absoluta cumplicidade de um olhar
onde uma gruta foi escavada pelo vento que eu era.

Semeei a espera que é dádiva e é dança.
Um ornato numa
esteira que é fio e contradança.
Florear a letra na imagem
onde uma bailarina rodopia, numa Coda.

Em teu nome, danço flores.
 

 Tempo.
Ampulheta.
Bailado.
Teatro de aromas…palco… cores.

  susana duarte

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