quinta-feira, 4 de outubro de 2012

AMOR

a mulher desnuda a alma luzente,

semeadora de luzes

onde a luz poente

se detém...abismo

...
de onde se levantam as luzes do ventre,

e se vislumbram transparências

na lucidez

das águas; nela, crescem e se afundam mágoas,

e as esguias margens de um rio.

a mulher desnuda-se nos braços amados,

plantadores de sementes

onde as névoas se dissipam

e as quedas acontecem no seio dos abraços

devolutos à sua eterna condição

de Ser em outrém,

na bravura das ondas que são corpos,

movimentos sincopados

de um oceano vivo

dentro dos olhos,
ágape dos cristalinos,
melopeia coralina
das imagens dos amantes.


amar acontece no espaço do corpo

onde tempo e distância se tornam

universo inexistente.

primavera de giestas vivas
onde a lava incandescente

são folhadas caídas da pele,

escamas vivas de sermos Um,

na imensa amálgama do universo.
 

 susana duarte
 
(foto Google)

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