terça-feira, 28 de maio de 2013



Ondulação do ventre







escrevi-te nas horas distraídas de ser,

e ondulei algas sobre o ventre.

na paixão, sobrevoei algas

mortas, e vi águas

azuis, vivas,

perenes.




seria um sonho,

ou, talvez, a água desperta que cai

nas rochas serenas da vontade. seria,

talvez, a eterna incompletude que cerceia

as águas onde, em repouso sereno, vivem braços




que, no dia a dia, se atomizam, desfazem, reduzem




a escrever, nas horas distraídas de ser,

onde as algas semeiam sobre o ventre.




Susana Duarte

Pintura de Nicoletta Tomas 


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